Comerciante não contrata cobertura de alagamentos e tem indenização negada após temporal em Petrópolis

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Um mês após a tempestade que causou alagamentos, deslizamentos e mortes, Petrópolis voltou a sofrer com as chuvas no último deste domingo (20). O comércio do município estava tentando retomar suas atividades normais, mas os novos temporais fizeram o nível da água subir rapidamente e pegou muitos comerciantes de surpresa, impedindo que tomassem medidas de proteção do estoque, gerando prejuízos. 

Em entrevista ao Tribuna de Petrópolis, Luiz Felipe Caetano, comerciante e vice-presidente da Câmara Dirigente Lojista – CDL Petrópolis, dono de seis óticas na Rua do Imperador, contou que todas as suas lojas ficaram submersas. “Chegou a ter um metro e meio de água na loja”, lembra o comerciante. “Perdemos muitos móveis e mercadorias. Tinha máquina de R$ 250 mil”, conta.

Neste caso, a alternativa para enfrentar os prejuízos era o acionamento do seguro, mas ele não havia contratado cobertura para danos causados por enchentes. “Fizeram a perícia. Tinha expectativa de ressarcimento dos prejuízos em torno de R$ 1,8 milhões. Mas, depois da avaliação, informação que o seguro não cobria perdas causadas por enchentes”, explicou.

Considerando que Petrópolis é uma área avaliada como de alto risco para deslizamentos, enchentes e inundações*, caso o comerciante tivesse contratado a cobertura de alagamento/inundação, estaria amparado.  

De acordo com o consultor Sérgio Ricardo, se o comerciante mora em uma área de risco com possibilidade de inundações, ele precisaria contratar o seguro com a cobertura apropriada para se cobrir. 

Ele acrescentou que não basta só contratar o seguro, é necessário chamar o Corretor para que ele explique ao segurado os riscos e as coberturas daquele local. “O corretor precisa apresentar para o segurado as condições das seguradoras, a partir daí o segurado é responsável. O grande problema é que todos querem vender seguros, mas pouca gente entende sobre seguros. O papel do Corretor é importantíssimo”, disse.

O especialista explicou que cada seguradora tem suas condições, por isso o momento da proposta e cotação é muito importante. “O corretor tem a função social de alertar: ‘eu acho que você está correndo risco, estão aqui as condições’, e o segurado escolhe se quer fazer ou não”, pontuou.

“Se você mora em uma residência térrea ou seu comércio é de rua, em locais que alagam, vale a pena contratar a cobertura de alagamento/inundação, mas se o seu receio são os ‘alagamentos’ por vazamentos internos, a cobertura a contratar é outra (rompimento de tanques e tubulações)”, alertou.

*Segundo o Plano Municipal de Redução de Riscos, divulgado em 2017 pela prefeitura.

 

Fonte: CQCS

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